domingo, 13 de junho de 2010

BONITÃO E TRAPACEIRO

Em Sartana Chegou para Matar, o uruguaio George Hilton usa e abusa de sua pinta de galã para explodir com seus inimigos no velho oeste

De  todos os atores que estrelavam os chamados spaghetti westerns nos anos 70 (Franco Nero, Anthony Steffen, Fabio Testi, Klaus Kinsky e outros) apenas George Hilton conseguia fazer western com humor. Pinta de galã, barba mal feita, jeitão de trapaceiro, bon vivant, esperto, ele consegue tudo que quer, sempre com seu “jeitinho” para resolver as coisas.
A cena inicial, em que Hilton serve cerveja batizada a um batalhão alemão em busca de um ídolo perdido, para poder roubar-lhes o carregamento dá o tom do que se segue.
Sartana Chegou Para Matar acerta na escolha dos personagens coadjuvantes, sempre com doses de humor: os irmãos fora-da-lei Caim e Abel; o empresário imperialista que deseja fazer bons negócios com o ídolo desaparecido; o general revolucionário que mais parece um picareta do que propriamente um lutador pelos ideiais de suas causas; o ladrão que se veste de escocês (ótima idéia, um pistoleiro de saias); e finalmente o dono da lojinha que não esconde sua tara por qualquer rabo de saia.
A direção precisa de Anthony Ascott e um roteiro bem amarrado contribuem decisivamente para o bom andamento da história. Sartana (Hilton) é contratado por um velho revolucionário em plena guerra civil para que descubra o paradeiro de um ídolo sagrado. Com o ídolo nas mãos, conseguirá fazer com que os nativos da região se alien a ele na guerra (uma estratégia bem bolada). Só que tem mais gente interessada no ídolo, como o mega empresário que vê na descoberta de tal raridade, a possibilidade de ganhar uns dólares a mais. O problema é que o ídolo é roubado por assaltantes que não sabem o valor do que têm nas mãos. Confusões à parte, o filme é deliciosamente realizado. Hilton consegue 
driblar suas limitações dramáticas com seu carisma e seu charme sempre presentes, tornando o filme um dos melhores do gênero. Numa das cenas, ele consegue arrancar risos ao esbofetear um bandido como se fosse um treino de box, bem ao gosto de seu colega de velho oeste Trinity (Terence Hill) na maioria de seus filmes e que se tornou sua marca registrada.
Sartana Chegou para Matar é divertimento de primeira para toda a família.

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