segunda-feira, 14 de junho de 2010

FAROESTE PARA RIR

Já na primeira cena, dá para sentir o tom que será dado ao longo de Pecos – O Tesouro de Montesuma, tanto pelo lado exótico da história, quanto pelos diálogos leves e bem humorados. A começar pelo vilão, tudo é hilário, fugindo completamente da fórmula “família executada por um bando de foras-da-lei e que leva o mocinho a uma sangrenta vingança”. Descendente de Montesuma, o tal vilão é o líder de uma gang de pistoleiros e foras-da-lei e tem como moradia uma pirâmide asteca num vale perdido e há tempos procura pelo tesouro de Montesuma, escondido num lugar que os poucos que sabem, não revelam. Quando três mariachis trapalhões chegam a um vilarejo recentemente saqueado pelos bandidos, descobrem através de um velho morador à beira da morte, o que todos querem saber: o paradeiro desta incomensurável fortuna. Apesar de seguir todas as regras e fórmulas para se fazer um bom spaghetti western, O Segredo de Montesuma atreve-se no bom humor, mesmo em cenas dramáticas. Em outro filme do gênero, não haveria os diálogos cortantes entre os mariachis e o ancião à beira da morte, prestes a revelar o paradeiro do tesouro. Com esta abordagem, o filme ganha ritmo de fábula, sem deixar de lado, é claro, as excelentes cenas de ação. Nota-se que houve uma preocupação especial dos roteiristas na hora de colocar os diálogos e algumas piadas engraçadas. Outra diferença crucial é que de tão leve, o filme não deixa de ser diversão de primeira e pode ser apreciado pela família toda. Pecos é o terceiro filme do diretor Maurizio Lucidi, que começou como editor no início dos anos 60 e passou para a direção alguns anos depois, tendo realizado mais de 20 filmes. Se o que você procura é uma produção leve e descomprometida com a seriedade de um filme cabeça, Pecos é um verdadeiro tesouro a ser descoberto.



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